Motorista que confessou 17 ataques a ônibus é morador de Taboão da Serra
O motorista da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, confessou à polícia 17 ataques a ônibus na grande São Paulo. O homem é morador de Taboão da Serra. À polícia, ele disse que teria realizado os ataques porque “quer consertar o Brasil”. Ao todo 813 veículos foram depredados em mais de um mês — somente na capital foram 530 casos, e os outros aconteceram em cidades da grande São Paulo ou da Baixada Santista.
Apesar da declaração, os delegados acreditam que Campolongo possa ter sido arregimentado por outras pessoas para praticar os ataques. A Polícia Civil vai investigar, nos próximos dias, outras pessoas ligadas a ele.
Campolongo, que já foi ouvido duas vezes pela polícia, teria negado possuir ligações com alguma corrente política específica. A investigação não descobriu, até o momento, eventuais conexões com sindicatos, que são apontados como uma possível explicação para os ataques.
Campolongo afirma ainda que seu irmão, Sergio Aparecido Campolongo, também teria cometido ataques. Sergio tem 56 anos está desempregado e teria depredado ao menos dois ônibus, segundo os investigadores.
— O irmão dele ainda não foi localizado. Em vários casos tínhamos um (carro Volkswagen) Virtus Branco, visto em várias cenas. Ele chegou a ser interceptado (antes). Os horários são compatíveis com os horários de folga (de Campolongo) — diz o delegado Domingos Paulo Neto.
Dos 22 presos até o momento pela onda de vandalismo, Campolongo seria o único que teria participado de mais de um ataque. Ele é funcionário concursado da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde trabalha há cerca de 30 anos e exerce a função de motorista do chefe de gabinete do órgão. O carro usado nos ataques era da frota da CDHU. O chefe de gabinete foi ouvido pela polícia. Até o momento, está descartada a participação de outros funcionários da CDHU.
Confrontado pelos policiais com provas de que ele estava presente nos 17 ataques, Campolongo teria se mostrado arrependido. Os investigadores afirmam que é provável que ele tenha participado de mais depredações e que, além do irmão, outras pessoas também tenham participado diretamente dos atos.
Ele usava artefatos como pequenas pedras e disse em depoimento que escolhia os ônibus de forma aleatória.
Da Redação do Jornal na Net